
Este é o Diogo, disse a Mafalda com voz confiante. Os seus olhos brilhavam e as mãos mantinham-se nos bolsos, portanto não sei se estavam trémulas de emoção. Suponho que sim. Diogo estava visivelmente incomodado, as mãos, essas, nos bolsos também. O sorriso estava no lugar certo, tímido. Na noite anterior, Mafalda e Diogo permaneciam de mãos dadas num quarto de hotel, em camas diferentes mas unidas numa só. Perturbados pelo sono um do outro, mas resistentes. As luzes que apareciam na varanda iluminavam todo o espaço, e em silêncio a mão direita de um e a esquerda de outro confundiam-se. O silêncio não chegava a ser asfixiante, porque ambos se mantinham num entendimento celestial. Lembro-me uma vez, em que o silêncio quase me matava, a mim e a ti, porque não havia amor.
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