quarta-feira, agosto 26, 2009


Ontem foi um dia de ficar para a história. Devia até memorizar: vinte e cinco de Agosto de dois mil e nove. É o tipo de datas que as pessoas irremediavelmente se lembram porque alguém nasceu ou porque alguém morreu. Ontem nada faria adivinhar aquele desfecho de noite porque amanheceu um sol bonito, comprou-se um vestido preto e tiraram-se fotografias lindas. Poderia ter ido tomar-se um café longo numa qualquer esplanada com vista para o rio, mas não fomos.
Ao fim ao cabo todas as coisas são assim: comemora-se o início e lembra-se o fim, mas ninguém toma atenção aos meios das coisas, aos caroços das frutas, ao coração que bate num corpo de um bebé. Aquele meio quase fim, que foi o dia de ontem, nada faria adivinhar a tragicidade da noite. O 'hoje não mas para o próximo mês talvez', o tiro no peito, a luz forte nos olhos, o adeus definitivo quando se sabe que é mesmo, mesmo para sempre.

2 comentários:

Menina Limão disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
MC disse...

Tive esta sensação uns meses antes... vários dias.. como sendo a ultima vez ali...

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