terça-feira, setembro 10, 2013

Olá, Estou a escrever-te esta carta precisamente porque jamais ta enviarei. Gostei de te ver no outro dia, estás igual, acho que não mudaste nada. Gostei do abraço, e do habitual sorriso irónico. Desde esse dia que se intensificou a vontade de te ter novamente em minha casa. Pode ser a ver um filme, a abrir os meus armários à procura de comida ou então na minha cama, despidos. O que me chateia é que tu continuas a mesma pessoa mas eu não. Não sou tão ingénua, crente, e inofensiva quanto era. Acho que esse grande facto pode pôr em causa toda aquela magia que existia em tudo o que fazíamos. Aliás, ela era a única que conferia ainda algum sentido às coisas. Um dia disse-te que nunca devemos regressar ao sítio onde fomos felizes, e concordo com isso cada vez mais. Se vieres aqui a casa, nada será como dantes, o cheiro que paira na minha cabeça não será o mesmo, as tuas palavras serão completamente diferentes e eu não terei coragem de olhar-te nos olhos com a mesma franqueza que sempre te prometi. Desculpa, vou desistir.

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