terça-feira, fevereiro 26, 2013


O jantar estava aborrecidíssimo: escolhemos o boteco da esquina e mais barato de todos, a T. não pediu nada mas aposto que estava a morrer de fome (isto porque se esconde por de trás de uma dieta ridícula que jamais conseguirá cumprir), eu pedi uma coca-cola gelada com limão porque almocei às quatro da tarde, a dose de batatas fritas desapareceu em 2 minutos e, como sempre, senti-me a mais naquela mesa (mas isso não interessa nada). De repente os gajos começam a falar de gajas, as gajas presentes dão umas gargalhadas de circunstância e engolem mais uma história de engate memorável. Depois chega mais um amigo que mora no fim da rua, um carro passa com um funk brega muito alto e eu acabo por me posicionar num lugar muito longínquo dali. Finalmente surge algo interessante! Na verdade não completamente interessante, talvez relevante (essa é a palavra mais correcta): O gajo que estava ao meu lado lança um 'isso resolve-se rápido, dizes-lhe que a tua ex está em Lisboa, que estás com dúvidas e que não está bem resolvido'. As gargalhadas foram gerais - eu própria colaborei para a risada. Não sei se perceberam, mas aquela frase era nada mais nada menos que a chave para terminar com a miúda que se anda a comer já há vários meses, e se precisa terminar porque há uma pequena iminência daquilo crescer para a classe dos patamares perigosos aquando da construção de uma relação. (Fiquei sem fôlego) Perdoem-me a hipérbole, mas não consegui encontrar outra forma de explicar aquele jogo de cintura. O que é certo é que se fez luz na minha ingénua cabecinha quando me lembrei daquele filho da mãe que me deu esta charopada há precisamente um ano, e na forma impávida com que eu a engoli.

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