Quando me apaixonei por ti achei que fosse para sempre. E nessa altura quase que não percebeste. Melhor, acho que percebeste. E precisamente por teres percebido, fingiste que não deste conta. Naquela altura eu precisava de mais, mas continuei como se fosse um desafio que queria ganhar a todo o custo. Nem vale a pena dizer que não ganhei porque é evidente, mas agora gostava de voltar a acreditar que poderia ainda vencer este jogo. O jogo já acabou, não acabou? Tenho a certeza que sim, ainda que me custem vinte minutos antes de adormecer. Quando ontem me apertaste as mãos junto do teu peito, soube que tudo correu mal desde o início e isso magoa-me de uma forma letal. Foste a minha vida durante muito tempo, um esforço inesgotável, uma sucessão de fraquezas. E agora, nada. Sinto-me mal por isso. Vinte minutos antes de adormecer.